sábado, 7 de janeiro de 2012

Alecrim


Ola, mais um texto na sequência, mas antes é nos dado um belo texto, uma inspiração em homenagem aos Pretos e Pretas Velhas, grandes manipuladores desta erva tão usada na Umbanda e em vários cultos Afros-Brasileiros.Bom Proveito e boa leitura!



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O Alecrim


"Oh viva as almas, oh viva as almas, oh viva as almas do sagrado rosário de Maria...
Salve Pai Joaquim, salve Pai Benedito, salve Jesus de Maria e todos os veios de bons espíritos.
E assim o velho dizia com sua voz suave e seu cachimbo de aroma maravilhoso, "Fia, agora estou pronto para consultar, não há problema no mundo ao qual o veio não possa curar"...
E uma fila imensa se detinha a frente de tão velho ancião, com sua bondade expressava a certeza do entender, e dominava a palavra e os sentidos, ao qual ninguém podia ver.
Com seu ar sorridente transformava a dor e o sofrimento, em um simples gesto de mão, com apenas uma vela na mão e na outra um copo com água, transformava todo aquele sofrimento em solução.
Magia, diziam alguns, amor falava outro irmão, e assim Pai Joaquim aplacava a angústia e a solidão fazendo da discórdia e desunião uma observação tenaz e dando o amor a qual lhe era capaz.
Assim Pai Joaquim curava as pessoas, mostrando a elas que tudo partia do bem querer, da união, do amar, do se gostar e compartilhar a bondade.
Fazia sempre uso de suas ervas de diversas maneiras, hora para banhos, hora para chás e muitas vezes apenas para defumação. Muitas dessas ervas não eram nem do conhecimento nosso, mas ele fazia questão de levantar ir até a entrada da mata e pegar a erva, dizendo:
- Olha  fiquitito, olha bem para ela, não vá confundir com outra, essa que é a erva que o véio manda pegar. Agora corre e faça seu chá.
Bons tempos aqueles aos quais, Pai Joaquim lecionava, com as palavras de Jesus e sua visão sagrada.
Hoje não se dá mais atenção as palavras do velhinho, acham que já sabem de tudo, mas o tudo ainda permanece em poder deles, pois são deles que emanam as sabedorias.
Salve Pai Joaquim, grande mestre ancestral, salve a todos os guias velhos que em sua sabedoria nos medicam, nos acalmam, nos orientam. Salve a todas as almas, implacáveis na determinação, salve nossos Pretos Velhos com sua humildade e orientação."



Rosmarinus pelo nome ao qual conhecemos o Alecrim, uma erva de cura, mágica e ancestral, onde os romanos a chamavam assim para nomeá-la de “orvalho do mar” pois crescia abundante em solos rochosos.
Parente de sua irmã africana lavanda são muito parecidas, cada uma tem sua propriedade e são diferentes em uso mas semelhantes em aparência.

O seu nome vulgar em português, contrariamente ao da maioria das línguas européias, tem origem no árabe إِكْلِيل الْجَبَل (Ikleel al-Jabal, Iklil al-Jabal) e difere do nome científico Rosmarinus, donde tem origem o nome vulgar da maioria das línguas. O nome em árabe significa ‘coroa das montanhas’. (segundo pesquisa de minha mestra e amiga Geni Mafra). 

Usada em diversas culturas como óleos, temperos, defumações carrega suas propriedades.
Dentro do culto religioso afro é usada tanto como defumação, como elemento magístico contra influencias negativas.

Na Umbanda costumam alguns ministrarem cursos dando diferenciações aos alecrins, porém todos são de uma mesma  função não importando as pequenas diferenças de espécies encontradas.
Nos Candomblés são utilizados não só nos temperos das comidas como em banhos e chás  iniciáticos e defumações além de ser usado também em alguns pós de pemba após secos e moídos.

O Mel de abelhas que usavam o alecrim era usado em embalsamento no antigo Egito e os ramos em muitas culturas que queimavam os mortos como cerimônia de passagem acreditando com isso que estariam livres das pragas que lhe foram aplicadas neste mundo, surgindo para uma nova vida livre das mesmas.
Em algumas culturas Bantu era comum enterrar seus mortos envoltos em grande quantidade de ramos de alecrim.

Para maiores informações úteis sobre essa maravilhosa erva indico o espaço da Maria e da Mestra Geni.

Texto e pesquisa por Cláudio Kambami


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