terça-feira, 23 de agosto de 2011

O puxa e estica

De volta ao meu pequeno covil, o qual creio que somente eu leia.Estava meio arredio a escrever novamente no blog, pois parece algo meio "meu querido diário".Mas pensando bem, não quero coptar público.Então, com ou sem erros de ortografia ( abençoado word ) vamos novamente dar uns pitacos aqui.As redes sociais que me desculpem, mas precisa ter um saco de elefante da cica para ler tanto rebuscamento.

Escrevo em alguns fóruns do meu ramo, aprendo com muita gente, dou opinião em blogs e noticias sobre futebol, e nas redes e aqui, é onde dou vazão ao exercício da escrita, podendo expor pensamentos sobre a religião de Cultos Afros Brasileiros e Umbanda.,longe de ser um especialista.

Na redes volte e meia assuntos que parecem estarem mais do que consolidados dentro do meio Umbandista são desencravados, na tentativa de contrapor ritos e crenças que são praticados Brasil afora.Normalmente são articulados estes assuntos pela visão intra, sem dar o devido respeito ao vasto mundo de crenças.Eu diria que é impossível não só na Umbanda mas nas "religiões" sul-americanas, fruto dos amerídios, dos afros e da mistura com crenças do catolicismo popular, tentar codificar ou dizer " a minha é a certa e a sua errada'.Depois que vi no méxico o culto a "santa morte", acabei de acreditar que fé é intocável.

Dentro do contexto Umbandista, um dos maiores "dilemas" é quanto ao corte ritual.A maioria dos que não praticam, que não são adeptos, que não acreditam pensam que "baixa" o jaison do filme sexta feira 13, com uma motosserra ( puxa, misturei os filmes) e sai esquaterjando frango, vacas e elefantes dentro do terreiro "ensanguecidamente".

Conheço o rito pelas minhas bases dentro da Umbanda, e embora não o pratique hoje dentro de nossos ritos, sei da funcionabilidade e dos aspectos rituais.O Caio de Omulu tem um artigo interessante no blog dele a respeito.Caio é de origem do Omoloko e embora tenha feito um texto a respeito do corte, quanto aos exageros cometidos por ai, ele não nega a existência e a eficácia.ISto fica bem claro: é feito, funciona , porém tem que saber fazer, os fundamentos e as razões que motivam o uso.

A questão que muitos se apoiam sobre não existir na Umbanda o corte é a dita base cristã da Umbanda, advinda por zélio fernandino e pelas bases kardecistas.Concordo que se a base prima do terreiro veio primeiro pelo kardecismo, pelo cristianismo e depois foi pincelado mais aspectos afros e índios, a dominância prevalece.Terreiros cujos a base vem do afro, por exemplo, que a raiz veio do século 19, sem passar pela missegenação de agregos cristãos em grande porcentagem, praticam com todos os requintes.
O calcanhar é que pelo fato de ter aspectos mais afros e manter algumas tradições dentro do rito similares (disse similares e não idênticas) é desqualificado preconceituosamente pelos que são Umbandistas Sem corte".O estranho é que os que praticam, que cortam o "franguinho semestral" não ficam desqualificando como "não é umbanda" aqueles que tem uma linhagem em maior porcentagem cristã ou aspectos fortes do kardecismo nos ritos.

Sim, existem limites , resilências e flexibilidades que se são ultrapassadas descarateriza a Umbanda, como por exemplo se começassemos a dar óstias ou montarmos nossos templos idênticos a templos budistas, mas de certo a aglutinação de valores africanos, indígenas , ocidentais e orientais ( no meu modo de ver nesta ordem e porcentagem) somados formam a sopa chamada Umbanda.

Talvez em futuro não muito distante, poderá haver uma absovção da Umbanda pelo dito Omoloko, e vice versa, pois são ritos muito próximos, com a diferença que o Omoloko executa todo o praxis de Iniciação Africana.Aliás como dizem alguns antropólogos, devido a "fuga" do Brasileiro em relação a algumas amarras advindas do catolicismo, muitos procuram o Candomblé e Umbanda "sem pecado".Como diz Prandi " o futuro será o Candomblé de Caboclo".Não sei se será, existem indicadores mas como tudo é mutável, deixemos o futuro chegar.
Se no futuro ninguém cortar, imolar, ora, consolidasse um dogma.Porém, se todo mundo resolver cortar, acaba a Umbanda?

Abraços a mim , conosco convosco , agora e na hora de nossa morte , Amém!