quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Criançada, Ibeijada,beijada, "erezada"....








Ola povo do Brasil vasconil...é o vasco lidera....mas esperamos com a ajuda de todos os santos, anjos e arcanjos que o verdão seja campeão...e que o michel jackson ressucite..kkkkk

Bom, este mês a maioria dos terreiros de Umbanda, ou melhor, corrigindo, tudo que tenha "spirto" de criança, "beijada", erê baixando tem festa.

E como sempre, algumas lacunas acabam ficando quando os neófitos tem que explicar origens, conceitos dos rituais.
Na umbanda principalmente vive-se muito a base do paradigma "assim sempre foi, funciona e não me pergunte de onde veio...".

Na minha concepção, ainda mais hoje em dia, com toda a informação a disposição para ser pesquisada e debatida, eu considero principalmente dos mais jovens, preguiça mesmo!!!! preferem ficar debruçados no facebook ou orkut relatando o número de "pums" que deram de se darem tempo (dar tempo foi bom...) de pesquisar e debater RELIGIÃO.
Poucos, muito poucos querem religião.Querem "status" de "macumbeiro" para usar como um chaveiro que é colocado a mesa nas reuniões de amigos, para serem o centro das atenções.Uma melancia no pescoço talvez fizesse mais sucesso.

Por outro lado, pais de santo, mães de santo da "antiga", com seus óculos fundo de garrafa, com tremores nas mãos,(eu tenho L.E.R) pegam o ratinho, e ficam clicando e pesquisando material a respeito das tradições Afros-Brasileiras.O pouco que tenho contato com alguns e algumas, me dizem que ficam maravilhados de verem o resgate de culturas, de como a internet serve também para reaguçar a velha ORALIDADE.

Bom, nesta de resgatar os elos, eu lia estes tempo "Edson Carneiro" , Os Candomblés da Bahia, e tem uma parte que ele cita as festas de Erês, as mesas as crinças, isto mesmo!!! festa de crianças....gente viva...kkkk.E tem uma parte que ele cita justamente a MESA posta dentro do terreiro, onde eram servidas comidas, doces e quitutes e todas as crianças da redondeza, das vizinhanças eram chamadas para desgustarem da mesa farta.
putz, piorou heim? se você tinha alguma dúvida que muitos do ritos de Umbanda são dos "negão", lamento, mas terá que engolir seu preconceito.Apesar de toda a conjunção do catolicismo, dos sincretismos e de darem conotação de elfos e anjos ao moldes da capela do vaticano, é de origem afro a concepção dos ritos vigentes na Umbanda.

Concordo e seria hipocrisia minha também não dizer que a religião se remodela, adaptasse ao meio e faz com que haja sempre a possibilidade de uma forma ou outra , o "povo" lá de "cima" vir a terra.

Enchendo um pouco de linguiça, da boa, kkk, peguei, catei, pedi emprestado, filei, um texto do kambami, colaborador deste hiper-super-ultra e "modesto" blog e deixo a deguste para irmos tirando conclusões.
O texto foi postado na Rede Brasileira de Umbanda, que quando não é trágica é cômica devido aos extremos dos debates..kkkk o Manuel (moderador) me mata..kkkk.

No texto abaixo, segue algumas considerações dos elos a respeito de "Doun", tão citado nas "Umbandas" e que nem sempre são dadas respostas a contento.

segue texto:

Trago para ilustrar esse dia mais uma pérola da coleção de minha amiga Psicóloga e Escritora Maria Inez Almeida ( Ìyà Ifatosin) "IDOWU, no Brasil chamam de DOUM. O texto refere-se a seres humanos - tradições , não a lendas de orixás. Está ruim porque é muito antigo. Década de 80. Do Curso ministrado por Dr. Richard Alabi, de onde surgiu meu livro CULTURA IORUBÁ - COSTUMES E TRADIÇÕES".

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os Gêmeos na concepção Dahomeana.






Mawu-Lisa, não poderia ser tão importante para dar uma exemplificação do poder genitor que necessita do masculino e feminino.
Uma divindade que trabalha em dupla e é intitulada ora como Dadá Segbô ( O grande pai vital ), ora Sê-medô ( O princípio da existência ) e ora como Gbé-Dotó ( A criação da Vida ).

Segundo a lenda juntos dão a criação de todos os Voduns e criaturas existentes na Terra (Ayìkúngban/Ayìkúnguman).
Entre tapas e beijos a dupla gêmea da criação Vodun após o episódio ficam apenas com a apreciação da criação, cada qual com uma função, Lisa é quem pune e Mawu o que perdoa.

Função maior fica com Gù a divindade ferramenta que se incumbi de ensinar os homens a trabalharem a terra, a construir, a manter a tradição e a cumprir as leis determinadas.

Assim como na cultura Bantu, Mawu-Lisa não faz contato com sua criação senão através dos Voduns.
Como nas lendas da criação há também os gêmeos que são protegidos pelo clã dos Hohos.

Assim como os deficientes físicos e mentais, muitas crianças que nasciam gêmeas eram sacrificadas, pois entendiam eles que eram espíritos perturbadores, principalmente pela semelhança física o que causava muita confusão.






No caso dos gêmeos era Hoho quem os protegia e no caso dos deficientes era Tohossou.

Ambos vêm do grupo ancestral Neuesewe, hoje conhecido como LOKO.( Kitembu/Tempo/Iroko)
Logo descrever a prática do reino do Dahome é quase uma descrição mista dos cultos Bantu e Yorùbá, pois ocorreu a muito tempo a grande aculturação já que foram a porta de entrada da cultura Árabe.





Em 1992 o governo do Benin reconhece o culto aos Voduns que recomeça em sua terra de origem buscando orientações já perdidas e aculturadas no Caribe, Brasil e Haiti, infelizmente.

Hoje poderíamos afirmar que o Benin nada ou quase nada tem sobre africanidade, pois a língua oficial é o Francês e a religião se divide em Mulçumanos e Católicos arrebatando quase que a totalidade do povo.

O conceito do homem genérico na religião arará, engloba dois tipos de pessoas: o homem (comum e não comum) e os ancestrais, ambos são objetos de culto igual entre os adja-fon do Benin. Dentro do primeiro tipo entram os chamados Abiku, os Gêmeos e os Anões. Entre os iorubás e os ewe-fon da Nigéria e Dida Homey, respectivamente, se pratica um cultos aos gêmeos que conta com suportes míticos associados aos seus panteões tutelares.

Em Cuba só na pequena cidade de Agramonte os gêmeos se integram ao panteão arará e são chamados de Ojojo (Hoxo/Hoho em Benin). Os gêmeos são venerados em Benin mas isto não quer dizer que pertençam a alguns dos três panteões fundamentais destas regiões, os Hoxos podem ser assinalados por Fa (Ifá em iorubá) a pessoas que sejam Ono, gêmeos.

De acordo com uma velha crença, são seres que procediam de uma selva chamada Zun entre os Fon Eigbo embora entre os nagô nem sempre rege o princípio dual. O estudo dos gêmeos é mais complicado do que se supõe, entre os grupos arará, foram registrados nomes de deidades consideradas autônomas, mas na verdade são gêmeos na mitologia Fon, tais são os casos de Dada Zoji e Nyoxwew Ananu, para muitos membros da família Sokpata/Sapata, a deidade da varíola.

Segundo Heikovits, Máwu era ao mesmo tempo homem e mulher e bastante tempo transcorreu de que a parte feminina concebesse gêmeos, o macho foi chamado de Dada Zoji e a fêmea de Nyoxwew Ananu. Esta, segundo uma versão não confirmada, se transformou em esposa do primeiro.

Na verdade muito pouco ou quase nada se tem sobre estudos sérios do Benin.

Alguns que são do Candomblé Jeje aqui no Brasil tentam, mas é de fato uma cultura perdida, uma língua dificílima e um entendimento pra lá de enrolado mesmo porque grande parte de sua cultura é mais chegada ao povo Árabe e até mesmo no culto de Fá onde o Bokunon realiza as leituras nada tem com o Ifá Yorùbá ou pelo menos sua leitura e realizada de forma diferenciada como podemos ver nessa imagem de comparação com a geomância Árabe.


O número 1 indica os pares com o côncavo para cima.
O número 2 são aqueles com o lado convexo para cima.

Os Gêmeos podem ainda serem visto em algumas comprenções de Fá ( Ifá) como nos sugere estes fetiches ao lado de Fá.





Il feticcio dei gemelli (Ibeji in yoruba e Hoho in fongbè) e
quello di Ifa al mercato dei feticci di Dantokpa
di Cotonou,Benin.

Tradução
O fetiche dos gêmeos (Ibeji em iorubá e Hoho na fongbè) e Ifa para o mercado de fetiches Dantokpa Cotonou, Benin.

Textos adaptados de vários espaços e sites da internet com ênfase a página do escritor cubano José Manuel Cedeño Couto*

(Pesquisa executada por Kambami)