segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ser ou Estar

Ola gente...
A demora na atualização deste magnânimo, super, hiper, estupendo, alvoroçado, supimpa, gracioso, altaneiro humilde blog se deve a ter alguns textos que eu já havia formatado, alguns que os colaboradores haviam enviado e sei lá porque piciricas, usando a nova plataforma do "blogger", tem material que "não cola"...entonces, "Ay que formatar" e arrumar um por um...
Lá da Rede afroecumência, Aborè-nlá Oba Aláàiyé nos brinda com um texto bem oportuno ( aliás todos os textos hoje em dia parecem ser oportunos).Lá vai!


SER OU ESTAR

SER é ter existência real, e ESTAR é ser num determinado momento. Achar-se em certa condição.

Sim. SER ou ESTAR é a maneira pela definimos nos dias atuais alguns dos dirigentes de Templos de Orixás ou Casa de Candomblé ou Umbanda.

SER babalorixá ou ialorixá é todo aquele (a) quem possui “Oiê” (Oyé), que foi iniciado (a) na Religião dos Orixás, e que após o cumprimento dos preceitos devidos, recebeu das mãos do seu Baba, da sua Yiá, ou das mãos de um dos seus irmãos (a) mais velhos, ou de outro sacerdote (a), caso seu baba ou yiá (a) tenham falecido. Passando em seguida, a dar continuidade a sua linhagem conforme as diretrizes e normas da sua estirpe[1] e permanecendo fiel a mesma.

ESTAR babalorixá ou ialorixá é uma condição vista de outros prismas. Exemplos:

a)   – Todo aquele (a) iniciado (a) em Axé de estirpe e que após o recebimento do seu “Igbá-Axé”, abandonou a sua linhagem. Não dando continuidade a mais nada.

b)   Todo aquele (a) iniciado (a) em um Axé, e que após o “Igbá-Axé”, “Troca de Águas” ou comemoração do seu 7º Aniversário de Iniciação religiosa (Odùn Èkéje) abandona a tradição daquele Axé que lhe iniciou ou reconheceu, passando a dar continuidade a ritos a seu BEL-PRAZER, e dizendo que tudo o que aprendeu e que faz, foi com seu baba´ou Yiá.

Atualmente, é mais fácil abrir uma “Casa de Candomblé” do que enganarmos uma criança com doce. Nunca houve na história do Brasil, tantos “pais e mães de santo” como nos dias atuais. O mais interessante, é que muitos “deles” surgem como por encanto, já possuindo 10,15, 20 e tantos anos de iniciação/feitura.

Como isto é possível, se ninguém ouviu falar “deles” antes? De onde “eles” ou “elas” vieram?   Em sua maioria dizem seres feitos na Bahia, de preferência na cidade de Salvador, Ilhéus, Santo Amaro, Cachoeira, São Félix, Itaparica, etc.; interessante nestes casos, é que as pessoas que os iniciaram já morreram, ou resolveram encerrar suas atividades religiosas, não se ouvindo mais falar mais “neles” (a).

Caro leitor (a), caso você deseje se iniciar ou dar continuidade aos seus preceitos, fique atento, pois os que ESTÃO “Babás” ou “Yiás” ou “aqueles” (a) filhos de santo (a) que ficam mudando de casa em casa, sempre saem falando mal de onde passaram ou nasceram. Geralmente, “eles” ou “elas” dizem: “Meu santo inquizilou logo que tirei o kele ou assentei meu santo” – “Não sei o que aconteceu, minha pomba-gira me tirou de lá”, etc.. ou então, “Prefiro não falar mais sobre este assunto. Já sofri demais. Fui muito injustiçada”.

E assim, lá vão “eles” ou “elas” ninguém presta para “eles” ou “elas”.

CUIDADO!  “O lobo, sempre põe a culpa no cordeiro”.

[1]  - Quando da troca de águas, o novo sacerdote (a) dará continuidade aos ritos do seu novo Axé. 



Aborè-nlá Oba Aláàiyé ( Duque de Caxias-RJ)

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