quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Palavras não perdidas ao vento


Palavras de uma ÌYÁLÓÒRÌSÀ para seu OMO ÒRÌSÀ KON

Eu fiz você conhecer o seu ÒRÌSÀ que é a sua essência exterior positiva, mas não posso fazer com que você o aceite ou acredite nele.

Eu trouxe seu ÒRÌSÀ em terra, mas não poderei incorporá-lo por você .

Eu posso mostrar- lhe os caminhos, mas não posso andar neles por você. 

Eu posso ensinar-lhe a nossa Religião, mas não posso fazer com que aceite e acredite nela.

Eu posso ensinar-lo a ter Fé, mas não posso fazer com que você tenha Fé.

Eu posso ensiná-lo a ter Amor, Veneração e Respeito para com os ÒRÌSÀ e para com o seu ÒRÌSÀ, mas não posso fazer com que você tenha estes sentimentos.

Eu posso ensinar-lhe sobre o seu ÒRÌSÀ ORÍ e todo o poder energético positivo que Ele representará em sua vida, mas não posso fazer com que você creia, aceite,respeite e o ame.

Eu posso lhe ajudar com os caminhos corretos em sua vida nas interpretações que meu jogo de BÚZIO apontar quando você precisar de orientação, mas não posso fazer com que você acate, aceite e siga a esta orientação.
Eu posso mostrar- lhe a diferença entre o certo e o errado, mas não posso decidir por você.

Eu posso fazer com que a sua INICIAÇÃO e a sua longa caminhada dentro da nossa Religião seja correta e perfeita, mas não posso fazê-lo correto e perfeito em sua longa caminhada pela sua vida Religiosa e sua vida Social.

Eu posso dar- lhe conselhos , mas não posso segui-los por você.

Eu posso ensiná-lo a compartilhar, mas não posso fazê-lo generoso. 

Eu posso ensiná-lo a ter respeito, consideração, amizade e honestidade para com os meus OMO ÒRÌSÀ KON (seus irmãos em ÒRÌSÀ) e para com o nosso Templo Religioso, mas não posso impor isto a você.

Eu posso ensinar-lhe sobre os nossos Antepassados para que você também os respeite e siga seus ensinamentos, mas não posso impor isto a você.

Eu posso e devo ensinar-lhe somente o Correto e o que é Honesto sobre a nossa Liturgia,Dogma,Preceito, Regra e Fundamento, mas não posso afirmar que você entendeu e que seguira as minhas orientações em seu futuro sobre a nossa Religião.

Eu posso falar sobre a vida, mas não posso e não quero vive-la por você.

Eu posso lhe dar amor, consideração, carinho e respeito, e tenho que acreditar que você terá os mesmos sentimentos, mas não posso pedir que você tenha por mim.

Eu posso lhe dar AMOR, RESPEITO, CARINHO AMIZADE, CONSIDERAÇÃO e HONESTIDADE por toda a minha existência .,,, isto eu o farei.

Eu gostaria de ter a certeza que anos mais tarde no seu futuro dentro da nossa Religião, quando você depois de cumprir todas as suas etapas como um (a) OMO ÒRÌSÀ KON; e receber de minhas mãos o seu cargo de OYÈ conforme o seu IPIN já pré- estabelecido, para ser um BÀBÁLÓÒRÌSÁ ou uma ÌYÀLÓÒRÌSÀ, tenha o seu ILÉ,e o conduza Honestamente conforme que você aprendeu comigo dentro do nosso ÀSE, repassando corretamente a nossa Liturgia,Preceitos, Dogmas e Fundamentos, bem como os Ensinamentos e Respeito aos nossos antepassados para os seus OMO ÒRÌSÀ KON, me deixando muito orgulhosa de você e a mim mesma; pois eu teria a certeza de ter cumprido o meu IPIN estabelecido por OLÓDÙMARÈ, bem como a responsabilidade que me foi dada por meu BÀBÁLÓÒRÌSÁ,quando me deu o cargo de OYÈ, como uma ÌYÀLÓÒRÌSÀ.

Eu também gostaria que você mesmo que não tenha em seu IPIN já pré-estabelecido em ser um futuro BÀBÁ ou uma ÌYÁ, chegando a cumprir todas as etapas existentes em nossa Religião, passando de ser um ÌYÀWÓ, para ser um (a) ÈGBÓN, Responsável, Dedicado,Honesto e Leal para com o nosso ÀSE e para com os meus OMO ÒRÌSÀ KON seus irmãos em ÒRÌSÀ, ou seja os ÌYÀWÓ como também para os ÀBÍON, ensinado tudo o que você aprendeu comigo para os seus mais novos,deixando-me muito orgulhosa de você e a mim mesma,pois eu teria a certeza de ter cumprido o meu IPIN estabelecido por OLÓDÙMARÈ, bem como a responsabilidade que me foi dada por meu BÀBÁLÓÒRÌSÁ,quando me deu o cargo de OYÈ, como uma ÌYÀLÓÒRÌSÀ.

Eu posso e devo lhe impregnar como sua ÌYÀLÓÒRÌSÀ a Veiculação e Transmissão do verdadeiro Àse de todos os nossos ÒRÌSÀ.

Àse púpò àti ki OYA àá gbèé wa
Ìyá Angela ti OYA (Rede Afroecumênica)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Receita da casa







Ola "poulvo", como diria o popular.Kambami em mais um trecho das ervas, traz agora um pitaco da complexidade que é o trato com as ervas, e no caso aqui o OMI ERÒ ( Água do Segredo).Vale salientar que cada nação, cada casa tem o seu "modo operacional", de acordo com a tradição, com ancestralidade.
A função aqui não é contrapor ou ensinar ninguém a "assentar santo", ou dar "axé a água da roça".É mais um a curiosidade, que também pode ser comparada aos mecanismos já usados nas casas.
Vamos lá e comentários a vontade!



RECEITA DA CASA

Olá manos/as blogueiros e macumbeiros!

Em uma frase Yorùbá se diz: “Ewé njé Oògún, njé Oògún tikò jé Ewé re í kò pé” (As folhas funcionam, os remédios funcionam, remédio que não funciona é que tem folha faltando)

Todo mundo gosta de uma receita correto?
Bem como estamos falando em um blog que dá espaço para as crenças afrodescendentes vamos anotar uma receita básica de toda Ègbé (sociedade religiosa) que se preze, trata-se do conhecido OMI ERÒ (Água do segredo).
Baseado na fundamentação dos 16 Omo Odù o básico fica com apenas 8 ervas e acrescenta-se mais 8 para cada Òrìsà, logo a base sempre está pronta bastando apenas acrescer para cada caso ou situação as outras 8 restantes.
As ervas que compõe este primeiro ejè da casa podem ser substituídas por outras na falta de alguma, bastando apenas ter o conhecimento para saber substituir.
Vamos a lista, preparem suas canetinhas e papel.

EWÉ ÉRÌNDÍNLÓGÚN
Assim como sabemos existir a representação dos quatro elementos no Igbadù (Cabaça da existência Yorùbá), entendemos isso também em outras vertentes das religiões africanas. Todas sem exceção trazem sua parte mística, representativa e atuante na vida dos seus moradores.
Em verdade o simbolismo funciona bem mais na cultura professada do que em fundamentações descritas.

Minha intenção não é polemizar, desmerecer ou invalidar a cultura e sim trazer a baila as comparações entre elas e dar imagens principalmente as ervas.
Não sou nenhum dono de verdades, mas sim transmissor de tudo aquilo que vivenciei, aprendi de meus mais velhos e amigos da religião que professo, livros que li, pesquisas que fiz.
Como os Candomblés no Brasil são praticamente uma religião desenvolvida através da lembrança e da mistura cultural, claro que muito do que de fato é usado em África nem se pensa em trazer para cá por dois motivos:
- É crime federal a importação de qualquer espécie vegetal ou animal sem a autorização de órgãos competentes (Salvo o que já veio sem autorização e se espalhou).
As adaptações das ervas foram passadas principalmente pela oralidade de informações entre africanos, índios e europeus fazendo com que adaptassem determinadas ervas que existiam aqui para o mesmo benefício de cura ou litúrgica que existiam lá.
O sistema Yorùbá que foi o único estudado e repassado no Brasil por estudiosos e Faculdades do mundo todo levou vantagens em suas descrições e nomeações.
Logo tudo que estiver no idioma Bantu é nada mais que uma tentativa (esforço) de não deixá-la morrer, algo mais de MUXIMA, um reconhecimento da grandeza e a cultura desses outros povos e desse seu pequenino filho Kambami.

Nossa Umbanda também realiza e tem a disposição seu banho que recebe o nome de AMACI. (Falarei adiante).

Nas casas de cultura Bantu, Angola/Kongo/Kassange esse nome é conhecido como KIJAUÁ.
Assim também sua classificação que ficou apenas nas chamadas folhas quentes (Nsaba Kiatubia) e folhas frias (Nsaba Nototo), além de usarem um sistema lunar para escolha e colheita das insabas.
Na cultura Yorùbá tudo ficou baseado nos ensinamentos de Ifá que foram aos poucos sendo passados como instrução aos Candomblés do Brasil trazendo a estes entendimentos e aprofundamentos aos estudos.

Vale lembrar que as folhas que não tiverem nomes em Bantu ou não são usadas ou não são de meu conhecimento léxico.
Usarei claro bem mais o conhecimento Yorùbá pela própria facilidade que existe.

Então temos as definições das ervas na cultura Yorùbá descritas como:
AKO – ABO = MACHO E FÊMEA
ÒTUN – ÒSÍ = DIREITO E ESQUERDO
GÚN – ÈRÓ = AGITAÇÃO E CALMA
IRE – OSOGBO = POSITIVO E NAGATIVO

Um bom começo é ter o entendimento de que o “banho” da casa seja algo equilibrado nesse entendimento e que seja preparado em um porrão (vasilha de barro) que deve estar enterrada até a metade na terra, geralmente abaixo da árvore de fundamento do terreiro podendo porém, serem retiradas partes do ejè ewé horas antes e posta em outro porrão na entrada dos banhos internos do povo do santo.

Essa poção que é retirada para o uso não deve permanecer após o sirè(gira, Kizomba). Sua finalidade é apenas a de facilitar a preparação dos médiuns do terreiro. Local de Omi Erò é fora e enterrado. Tapado com tela para evitar proliferação de insetos.
Algumas casas ainda mantém seus espaços nativos, respeitando as matas ciliares que dão o acesso as águas cristalinas que fazem uso. Outras pela falta destes, mantém pelo menos seus poços protegidos de contaminação.

São tantos os detalhes importantes para um simples banho ritualístico que se formos levar ao pé da letra todas as determinações iremos nos desmotivar ao compará-lo a nossas casas dentro de cidades cada dia mais cheias de arranha-céus.

Quando digo que nosso culto anda mais para um folclore do que uma religião, não o faço em desmerecer o chão que pisei e da água que me banhei e sim de um alerta, um sacode, para que façamos o máximo de esforço em manter a tradição, pois sem ela iremos fadar a igrejas de 4 paredes.

Separei então algumas ervas para começarmos, mas entendam que cada casa terá sua preferência, e seu método de mistura das ervas, como digo, quando pedimos “sopa” temos de informar qual delas, pois há diversas e todas de bom sabor.

Minha casa tinha o costume de além do Omi Eró (Kijauá) que volta e meia mudava-se as ervas (de 7 em 7 dias) ainda preparar para os dias de gira mais 4 porrões (com apenas 3 ervas cada, perfazendo um total de 7) com outras ervas (em minha casa eram apenas 4 ervas, baseada na fundamentação Bantu e nos ciclos lunares que são 4 mas que se manifestam em 28 dias com cada fase tendo uma duração de 7 dias) diferentes separadas para os Òrìsà, Vodun e Jinkisi Funfun, para as Ìyábà e Oboró (nome este de origem Fon relacionado a serpente, símbolo fálico).
O 4º porrão todos devem estar se perguntando, rssssssss, bem o segredo o beiço não vai revelar mas posso dizer que era para os famosos “kiumbas”.

Logo entendemos que além do preparo básico ainda havia o outro que completaria o Omi Eró para os Òrìsà brancos, para os femininos e para os masculinos. Isso não deve ser visto como uma obrigatoriedade e sim apenas uma tradição de cada casa.
Um Omi Eró feito de forma equilibrada e bem preparado pode servir a quase todos os Òrìsà.
Na dúvida faça sempre tudo para Òsàálà.
Mas aqui trarei uma oferta de quem tem sua Nzo mas coloca muito do fundamento Yorùbá. Logo preparei uma lista com 8.




1 – EWÉ PÈRÈGÚN









Nome Yorùbá: Pèrègún – Pèrègún lese
Nome Bantu: Poko Nkosi, Maza Mueki
Nome Científico: Dracena fragrans (L.) Ker Gawl., Agavaceae
Nome Popular: Coqueiro-de-vênus, Nativo, Pau d'água
Compartimento: Terra
Categoria: Masculino
Classificação: Gún


2 – EWÉ ÈTÌPÓNOLÁ






Nome Yorùbá: Ètìpónolá
Nome Bantu: Kankianamena, Tululu ia Sanji
Nome Científico: Boerhavia diffusa L., Nyctaginaceae
Nome Popular: Erva-tostão, Barriguinho, Pega-pinto, Solidônia e Tangaracá
Compartimento: Fogo
Categoria: Masculino
Classificação: Gún


3 – EWÉ RÍNRÍN



Nome Yorùbá: Rínrín
Nome Bantu : Kuxima, Muxima Nkulu, Muxima Nzambi
Nome Científico: Peperomia pellucida
Nome Popular: Erva de Jaboti, Coraçãozinho
Compartimento: Água
Categoria: Feminino
Classificação: Èró



4 – EWÉ TÈTÈRÈGÚN


Nome Yorùbá: Tètèrègún, Tètèègúndò
Nome Bantu: Muenge-Mujolo, Mueki Rizanga
Nome Científico: Costus spicatus
Nome Popular:  Sangoloro, Caatinga, cana-branca, cana-de-macaco, jacuanga, canarana-do-brejo, cana-do-brejo, pacová, cana-do-mato, jacuacanga, paco-caatinga, periná, ubacaia, ubacayá
Compartimento: Terra
Categoria: Masculino
Classificação: Gún



5 – EWÉ IYÁ

Nome Yorùbá: Ewé Iyá
Nome Bantu: Kisaba Manhi
Nome Científico: Piper umbellatum L.
Nome Popular: Pariparoba, caapeba, capeba-do-mato, catajé, malvaísco, capeba-verdadeira
Compartimento: Água
Categoria: Feminino
Classificação: Èró





6 – EWÉ GBÒRÒ AYABA

Nome Yorùbá: Gbòrò Ayaba
Nome Bantu :Mubange Kaia (recebe este nome pelos Nganga exatamente por causar força na luta quando fumada com outras ervas) Obs: É uma erva psicotrópica.
Nome Científico: Canavalia rosea
Nome Popular: Feijão da praia, feijão de fogo
Compartimento: Terra
Categoria: Feminino
Classificação: Èró
Obs: Vale lembrar e chamar a atenção que esta planta é apenas usada em banhos e jamais deve ser usada de forma contrária. Altamente alucinógena, pode causar morte instantânea por parada respiratória e conflitos mentais. Infelizmente ela já é produzida “legalmente” e faz parte de uma mistura mortal alucinógena em Hamburgo, substituindo o ecstasy e a Cocaína com o nome de SPICE. Quando digo LEGALMENTE não significa que eu seja fomentador de seu uso e sim de saber que não há especificações nas “Leis” que a coloquem como ILEGAL.
7 – EWÉ WÉRÉNJÉJÉ

Nome Yorùbá: Wérénjéjé, Owérénjéjé
Nome Bantu : Nfingu, Nsala-Bamboko
Nome Científico: Abrus precatorius L., Leguminosae, Papilionoideae
Nome Popular: Olhos-de-cabra, Olhos-de-pombo, Cipó-de-alcaçus, Fruta-de-conta, Jiquiriri, Tentinho, Tento
Compartimento: Terra
Categoria: Masculino
Classificação: Gún

8 – EWÉ ÀBÁMODÁ

Nome Yorùbá – EWÉ ÀBÁMODÁ
Nome Bantu - JIMBONGO
Nome Científico: Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken., Crassulaceae
Nome Popular: Folha-da-fortuna, fortuna, milagre-de-são-joaquim
Compartimento: Água
Categoria: Feminino
Classificação: Èró




Todas as pesquisas foram realizadas e conferidas nos documentos botânicos disponibilizados pela BHL (Biodiversity Heritage Library – www. Biodiversitylibrary.org) em 07 de Janeiro de 2012.

Vale lembrar que muitas ervas não são nativas ou comuns, porém muitos terreiros as tem por presentes de mudas ou por viagens a África como o caso da “Abrus precatorius”, nativa da Indonésia.


(Texto e pesquisa por Cláudio Kambami-RJ)


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Orgasmo eterno

Ola Galerinha,
(putz , que coisa mais xuxa..kkkk)...
Mais um amigo que vem até aqui para colaborar com nosso covil.É o mano Jairton ton ton ton....!!!! mas não é das organizações tabajaraaaaa!!!

Segue o texto..um pensamento....comentários a vontade!

"Já reparou como nunca estamos plenamente contentes com o que temos na vida....

Quando crianças nossa felicidade plena é aquele brinquedo “super legal” que queremos de presente, mas todo natal, aniversário, dia das crianças existe um presente diferente que é o nosso presente ideal ....

Ai vem a adolescência , onde nosso sonho de consumo, no caso dos meninos e aquela menina linda da escola, que sonhamos com ela todo os dias, mas todo ano existe uma menina diferente... No caso das meninas são as maquiagens, os artistas e cantores, mas a cada ano tem um “cantorzinho meia boca ou banda de desarranjados” que e  o “must” o “supra sumo” do momento ...

Vem a vida adulta e nossos sonhos de felicidade mudam, se tornam um emprego perfeito , uma casa boa, um carro do ano, uma família..... Mudamos ou somos mudados de emprego conforme as condições sócias e politicas do pais, a casa vive em reforma, o carro e mudado de 2 em 2 anos nos afundando em financiamentos, e normalmente casamentos se não terminamos um e começamos outro,  pelo menos temos vontade de fazer isso umas 10 vezes por dia , rsrsrsr ....

O tempo passa e nossa maior felicidade e não ter contas a pagar, prestações e duplicatas vencidas, e conseguir por nossos filhos em um caminho de decência e honestidade....

Vem chegando a velhice e nosso sonho de consumo e um plano de saúde que não leve a nossa aposentadoria toda, e conseguirmos passar 24 horas sem termos algum crise ou sentirmos alguma dor ....

AFINAL EXISTE ESSA COISA DE FELICIDADE PLENA???? ou somos nós que nunca estamos felizes com o que possuímos ?????? " 



(Jairton-RJ)  

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ser ou Estar

Ola gente...
A demora na atualização deste magnânimo, super, hiper, estupendo, alvoroçado, supimpa, gracioso, altaneiro humilde blog se deve a ter alguns textos que eu já havia formatado, alguns que os colaboradores haviam enviado e sei lá porque piciricas, usando a nova plataforma do "blogger", tem material que "não cola"...entonces, "Ay que formatar" e arrumar um por um...
Lá da Rede afroecumência, Aborè-nlá Oba Aláàiyé nos brinda com um texto bem oportuno ( aliás todos os textos hoje em dia parecem ser oportunos).Lá vai!


SER OU ESTAR

SER é ter existência real, e ESTAR é ser num determinado momento. Achar-se em certa condição.

Sim. SER ou ESTAR é a maneira pela definimos nos dias atuais alguns dos dirigentes de Templos de Orixás ou Casa de Candomblé ou Umbanda.

SER babalorixá ou ialorixá é todo aquele (a) quem possui “Oiê” (Oyé), que foi iniciado (a) na Religião dos Orixás, e que após o cumprimento dos preceitos devidos, recebeu das mãos do seu Baba, da sua Yiá, ou das mãos de um dos seus irmãos (a) mais velhos, ou de outro sacerdote (a), caso seu baba ou yiá (a) tenham falecido. Passando em seguida, a dar continuidade a sua linhagem conforme as diretrizes e normas da sua estirpe[1] e permanecendo fiel a mesma.

ESTAR babalorixá ou ialorixá é uma condição vista de outros prismas. Exemplos:

a)   – Todo aquele (a) iniciado (a) em Axé de estirpe e que após o recebimento do seu “Igbá-Axé”, abandonou a sua linhagem. Não dando continuidade a mais nada.

b)   Todo aquele (a) iniciado (a) em um Axé, e que após o “Igbá-Axé”, “Troca de Águas” ou comemoração do seu 7º Aniversário de Iniciação religiosa (Odùn Èkéje) abandona a tradição daquele Axé que lhe iniciou ou reconheceu, passando a dar continuidade a ritos a seu BEL-PRAZER, e dizendo que tudo o que aprendeu e que faz, foi com seu baba´ou Yiá.

Atualmente, é mais fácil abrir uma “Casa de Candomblé” do que enganarmos uma criança com doce. Nunca houve na história do Brasil, tantos “pais e mães de santo” como nos dias atuais. O mais interessante, é que muitos “deles” surgem como por encanto, já possuindo 10,15, 20 e tantos anos de iniciação/feitura.

Como isto é possível, se ninguém ouviu falar “deles” antes? De onde “eles” ou “elas” vieram?   Em sua maioria dizem seres feitos na Bahia, de preferência na cidade de Salvador, Ilhéus, Santo Amaro, Cachoeira, São Félix, Itaparica, etc.; interessante nestes casos, é que as pessoas que os iniciaram já morreram, ou resolveram encerrar suas atividades religiosas, não se ouvindo mais falar mais “neles” (a).

Caro leitor (a), caso você deseje se iniciar ou dar continuidade aos seus preceitos, fique atento, pois os que ESTÃO “Babás” ou “Yiás” ou “aqueles” (a) filhos de santo (a) que ficam mudando de casa em casa, sempre saem falando mal de onde passaram ou nasceram. Geralmente, “eles” ou “elas” dizem: “Meu santo inquizilou logo que tirei o kele ou assentei meu santo” – “Não sei o que aconteceu, minha pomba-gira me tirou de lá”, etc.. ou então, “Prefiro não falar mais sobre este assunto. Já sofri demais. Fui muito injustiçada”.

E assim, lá vão “eles” ou “elas” ninguém presta para “eles” ou “elas”.

CUIDADO!  “O lobo, sempre põe a culpa no cordeiro”.

[1]  - Quando da troca de águas, o novo sacerdote (a) dará continuidade aos ritos do seu novo Axé. 



Aborè-nlá Oba Aláàiyé ( Duque de Caxias-RJ)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Zoiada de revestréis

Ola povo....
Não gente, Cláudio não comeu as ervas...kkkk 
Como a proposta deste blog além de postar bons textos, teses e abobrinhas ( além das minhas) continua, vamos a um bom texto!




UM OLHAR DIFERENTE




Por Cláudio El-Jabel (Kambami)

Hoje acordei com vontade de tentar, fui dormir bem tarde ontem e fiquei pensando se temos o entendimento da voracidade humana em elencar diferenças para com isso insuflar a guerra, por que não poderíamos doutrinar de forma pacífica o entendimento da sobrevivência na Paz?

Na metafísica da guerra temos a compreensão do preparo mental para o conflito. Vivemos em uma época descrita como pacifista, eu por outro lado diria que é uma época de trégua, onde um lado tenta fingir estar calmo enquanto o outro, ganha tempo para um poderio mais eficaz e sem tantos estragos.

O uso sem compreensão da posição ascética torna o homem em seu interior, algo plástico sem vida, corrompendo de forma não natural sua idéia de ser. Nesse ponto entra a religião com sua retrógrada e insensata regra de purificação, com promessas desproporcionais a cena cotidiana de um mundo globalizado.
Cordeiros e lobos é uma mesma face interior de todo ser humano, bastando para apresentação o confronto, seja ele de idéias ou mesmo de sobrevivência.

A magnitude do ser não está no seguir regras sociais, antes disto há uma outra face que rege a concepção humana e a essa chamamos de ditames, onde  a consciência e a razão falam alto ao corpo físico para que movimente, reaja, realize de forma clara e sustentável o permanecer.

Esse conflito humano perdura e faz com que muitos se percam em um balizamento que não pode e nem deve ser igual, pois se entende que cada ser é um Universo independente e suas forças aparentemente iguais na realidade são completamente diferentes.

Cada mundo é único, cada vivente é individual, não somos frutos de uma mesma semente e sim poderíamos arriscar em afirmar que seríamos de uma mesma árvore.

Poderíamos apontar que o heroísmo é um fator importante na criação e desenvolvimento da guerra, pois é a forma desprovida de acreditar estar correto que abrem asas a imaginação do conflito e com isso angariar sustento ao gozo de importância perante os seus seguidores.

O eterno conflito humano quando não satisfeito recria situações para novos confrontos e com isso alimenta de forma “vista como saudável” a suposta proteção de algo invisível, plantado e alimentado ininterruptamente por toda geração humana.

Para tanto não precisamos ir tão longe em entender que por toda nossa vida ouvimos e fomos alimentados até mesmo por acadêmicos que se há seres extraterrestres, com certeza se tem tecnologia mais avançada ao ponto de poderem visitar-nos só o fazem na intenção de escravizar. Aqui vale lembrar do dito popular, “medir-se pelos próprios atos”.

Nascemos vorazes e assim como nos comparamos a deidades também somos comparados a vírus e relembrando a Matrix, diria, chegamos, nos apossamos e consumimos tudo a nossa volta, ao terminar olhamos para o lado e percebemos que no quintal vizinho podemos dar continuidade a nossa insaciável fome.