Elucubrações da religião,Candomblé, Umbanda, textos, teses, crônicas, análises, dicas e muita abobrinha não necessariamente nesta ordem.
sábado, 31 de dezembro de 2011
Tempo, ora tempo ê tempo.
Ola,
Ultima postagem do ano de 2011 neste blog.
Não mandei flores a ninguém, nem desculpas, nem pedidos de perdão, nem obrigado, nem promessas, e salvo os desvios das poças da água da chuva, não darei 7 pulos nas ondas.O mar não é logo ali aqui.
E aqui estava eu olhando notícias de que na china e na austrália já é 2012.Puxa, como o tempo é relativo.No japão é radioativo. Aliás, devem haver dois tipos de "comemorações" por lá.O lamento pelos que foram na "enchente do mar" e a alegria dos que conseguiram se salvar.Abençoados postes.
O tempo é muito estranho.Nos agarramos a ele, estamos condicionados a ele.Tempo para dormir, tempo para ganhar dinheiro, tempo para trabalhar, tempo para amar, tempo para estudar, ufa, é tanto tempo que procuramos que acaba faltando tempo a nós mesmos.Aquele tempo de sentar, sem pensar em nada como se o tempo tivesse parado.
Mais um tempo de 365 dias está se indo para nós que estamos no mesmo "confuso" horário.Foram dias de glória, dias de tristeza, dias e mais dias, que se somandos a melhor coisa que tiramos de proveito foi viver.Talvez este seja o maior ganho do tempo.Vida.
Amigos voltam, amigos vão, amigos se perdem, amigos são perdidos, palavras perdem o sentido, outras ganham em peso, e assim vai se seguindo a rotina.Perdemos, ganhamos,pagamos, devemos e a grande massa segue rumo ao castelo de esmeraldas, cantando com o homem de lata, o leão..(quem era o outro mesmo?) ha, o espantalho...(era?)
Feliz mesmo hoje está o vendedor de fogos (queria saber como ele vive os outros dias...aliás, emprego bom o de coelinho da páscoa e papai noel...um só dia de trabalho e são famosos o resto do ano..).
Bom, como temos que fazer o protocolo, parabéns a todos pelo tempo! e que mais tempo venha!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Que venham as Favas!
Hellou pouvo espectorante deste blougue !!!
Seguindo as publicações de nosso amigo Kambami, que venham as Favas, as do Àrìdan..kkk
Mas falando e escrevendo sério, o interessante é que as vezes literalmente tropeçamos em algumas ervas e raizes , sem termos a noção de como elas podem ter um fim culinário, terapeutico e religioso.Bom apetite!!!
A FAVA DE ÀRÌDAN
(Tetrapleura tetráptera)
Para muitos que entram para religiões afro começam
aprendem a terem um contato mais intimo com ervas, folhas, frutos, cascas,
sementes e favas.
Aqui farei um descrição sobre a fava de àrìdòn ( Aridan,
Alidan, Kiaka, Angulu, Munyegenye e etc...). Há de fato uma infinidade de nomes usados para esta
fava.
A Fava consiste
em um envólucro que protege as sementes e em algumas espécies são usadas ainda
verdes como leguminosas em outros espera-se que amadureçam e sequem para serem
trituradas ou delas serem retiradas suas sementes.
Esta fava é muito conhecida no Candomblé pois faz parte
indispensável do Ritual iniciático de qualquer neófito.
Seu uso é exatamente no sentido da proteção que vai
efetuar ao inicado quando misturada claro a outras no preparo do pó sagrado que
também irá receber em cada vertente seu nome específico como atín, monakongue,
pemba e etc...
Estes pós vistos como sagrados dentro da cultura
religiosa servem para criar um fechamento do corpo mediúnico colocando o então
iniciado em estado de alteração necessária para seu estado de transe mediúnico
com seu Orixá, Inkisi ou Vodun.
Não é por acaso que muitos velhos da vertente Djeje
costumam chamar esta fava de AliDan pois
Dan nessa cultura é uma serpente e Ali uma palavra introduzida da cultura
Egípcia que tem o significado de Elevado, Admirável, referencia essa que damos
a Deus logo o entendimento natural seria
AliDan ( Cabeça da cobra ) bem parecida mesmo com a fava.
A Cabeça nesse sentido faz alusão ao estado em que se encontra o neófito
no ato de sua inicação pois o pó que se prepara com a fava serve para abrir os
chacras mediúnicos ao ponto da percepção do médium iniciado ter uma capacidade
acima da que teria como uma pessoa comum em estado normal, por esse motivo só
pode dar vida a um inicado quem assim o foi.
A cobra tem o valor que ultrapassa o entendimento
cultural Fon pois é símbolo de diversas outras culturas e em seu significado
maior podemos entender o da eternidade.
Por outro lado os fatores químicos contidos nessa fava
foram estudados e qualificados para diversas finalidades.
Usada largamente em alguns países como tempero para
alimentos, remédios, cremes e até bebidas.
“Prekese é o nome dado na língua Twi para a árvore Tetrapleura tetraptera (Leguminosae); Prekese, também é o nome dado a bebida
de ervas com
extratos da fruta
Tetrapleura tetraptera,
basicamente um gin.
O fruto tem baixo teor de sódio, rico em potássio,
ferro, magnésio, fósforo e vitamina
C. A fruta seca que está disponível em lojas de Gana e em Londres é usada na culinária.
Estudo biológico tem mostrado que o extrato Prekese tem algumas ações terapêuticas úteis para hipertensão e asma. Componentes ativos incluem Scopletin que parece ter uma ação relaxante sobre o músculo liso, ajudando a aliviar a constrição nos bronquíolos do pulmão, e em vasos sanguíneos constridos. A pesquisa mostrou que Tetrapleura tetraptera também tem anti-ulcerogênica, mollusicidal, e ação anti-microbiana.” (Tradução livre do site http://www.nkran.net/food_and_drink.jsp por Cláudio Kambami).
Estudo biológico tem mostrado que o extrato Prekese tem algumas ações terapêuticas úteis para hipertensão e asma. Componentes ativos incluem Scopletin que parece ter uma ação relaxante sobre o músculo liso, ajudando a aliviar a constrição nos bronquíolos do pulmão, e em vasos sanguíneos constridos. A pesquisa mostrou que Tetrapleura tetraptera também tem anti-ulcerogênica, mollusicidal, e ação anti-microbiana.” (Tradução livre do site http://www.nkran.net/food_and_drink.jsp por Cláudio Kambami).
Abrange indicações moluscicida e é usada contra a
esquitossomose. Também é usada como cardiovascular, neuromuscular,
antinflamatório, bactericida, hanseníase e acreditem, como um veneno
paralizante para peixes bem parecido com o uso que nossos índios fazem com a
casca de determinadas ervas da amazônia para tal finalidade.
(Por Cláudio Kambami)
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Yes! queremos banana!!
Ola povo ardil varonil febril, com azia e ressaca!
A proposta deste blog é não ficar enchendo linguiça e nem ficar só falando do umbigo (muito feio por sinal).Então começamos a abrir artigos de vários manos e manas, que em doses homepáticas irão ir trazendo (errei na concordância verbal?) material a respeito de ervas, cidadania, luta contra o preconceito, enfim creio que teremos uns 4 a 5 ajudantes.Será um blog feito a várias mãos.Abrimos então a série com nosso amigo carioca Cláudio Kambami, que esboçou estas mal cunhadas linhas (segundo ele..kkk) para degustarmos um pouco.Abro os comentários para alguma retificação e quem quiser apinchar dicas e links, manda para meu email que iremos postando conforme a minha vontade deixar..kkkk (ué..vou mentir..kkk???)
vamos lá e boa leitura.
Yes , queremos banana!!!!
Por Cláudio Kambami
*Direitos reservados-Favor citar a fonte em caso de cópia.
A proposta deste blog é não ficar enchendo linguiça e nem ficar só falando do umbigo (muito feio por sinal).Então começamos a abrir artigos de vários manos e manas, que em doses homepáticas irão ir trazendo (errei na concordância verbal?) material a respeito de ervas, cidadania, luta contra o preconceito, enfim creio que teremos uns 4 a 5 ajudantes.Será um blog feito a várias mãos.Abrimos então a série com nosso amigo carioca Cláudio Kambami, que esboçou estas mal cunhadas linhas (segundo ele..kkk) para degustarmos um pouco.Abro os comentários para alguma retificação e quem quiser apinchar dicas e links, manda para meu email que iremos postando conforme a minha vontade deixar..kkkk (ué..vou mentir..kkk???)
vamos lá e boa leitura.
Yes , queremos banana!!!!
Olá manos e manas blogueiros!
O assunto que pretendo trazer será sobre os vegetais em
geral. Ervas, folhas, sementes, frutos, cascas, seivas, raízes e etc...,
tentando abranger tudo aquilo que alcançamos em informação para uso moderado ou
simplesmente para um conhecimento didático já que muito do que traremos pode
não estar ao alcance de todos.
Sabemos que a Natureza é detentora de toda vida e quando nos
referimos a essa, o vegetal aparece como criação bem mais espetacular não só
pela sua diversidade como pela sua sustentabilidade em relação a tudo e a
todos.
Não discutiremos aqui a ciência profunda deles e sim uma
leve citação sem muito detalhe científico para dar um entendimento.
Uma mesma planta um mesmo fruto pode ser a cura para algo ou
mesmo o veneno para outro e nesse ponto ficaria muito difícil e enorme o estudo
que pretendemos.
Falaremos das ervas que conhecemos seja através da
ancestralidade, seja através da informação didática, seja através das
experiências individuais.
Tentaremos descrever as variações de nomes e comparações
entre uma mesma família de vegetais onde se diferenciam em seus usos e suas
formas.
Há muitos estudos que nos colocam que as plantas em geral
são como pessoas, podendo não serem eficaz se não estiverem em boas companhias
ou até mesmo terem efeitos contrários pela mesma razão.
Algumas delas já são motivos de experimentos científicos
para direcionamento de ajuda a nossa espécie como especializadas. A esse
trabalho científico que não deixa de ser natural, chamamos de transformação
genética.
Falando um pouco sobre esse assunto, diríamos que deve ser
encarado com naturalidade, pois essa transformação genética visa não só o
aprimoramento e concentração de determinados detalhes do vegetal ou ainda introdução de elementos nele como
uma proteção para ele mesmo ou para a necessidade humana de alimentos e
medicamentos.
Esse processo genético que antes era natural e levava
séculos para ser desenvolvido entre a experimentação, separação e reprodução,
agora é algo com maior velocidade e com técnicas desenvolvidas pela própria
ciência humana.
Para um exemplo ilustrativo sobre o assunto, podemos trazer
a conhecida banana, um dos primeiros alimentos humanos.
Originária do Sudeste Asiático foi transportada e espalhada
pelo mundo e hoje é cultivada em mais de 130 Países.
A Banana em sua “ancestralidade” (Na Ásia ainda há bananas
ancestrais como a imagem acima) mesmo madura era um fruto não tão doce e com
muito caroço, porém pela própria ordem natural, dentre várias bananeiras
algumas projetavam frutos com menos caroço e mais saborosos. O homem em sua
inteligência começou a dar preferência ao cultivo dessa variação e evoluindo
para frutos melhores.

Hoje porém com o conhecimento e a tecnologia desenvolvida
podemos interferir nesse tempo de espera e cultivar com maior velocidade uma
variedade que integre não só o mais saboroso e sim com fatores de durabilidade,
aparência, tamanho, velocidade de produção, e aumento vitamínico além de
estudos mais avançados que entendem que é mais barato comer banana que comprar
um remédio.
Esse trabalho de colocar na banana vacinas é uma manipulação
genética, mas para benéfico humano.
O que se debate sobre tal tema é a interferência que isso
possa causar na própria natureza já que sabemos que no processo do cultivo há
os participantes coadjuvantes como abelhas, besouros, pássaros e uma infinidade
de outras criaturas que receberiam a mesma dose de tal vacina que é direcionada
a humanos.
É algo de fato que devemos estudar com carinho e
responsabilidade, mas não afirmar que seja algo de ruim para o ser humano.
As plantas falam, respiram, comem, se multiplicam, dormem,
vivem em sociedades e se relacionam com diversas outras espécies, inclusive as
animais. Essa é a essência que gosto de nomear de TEMPERO.
Falemos então um pouco mais sobre esse fruto maravilhoso e
tão ancestral quanto nossa consciência.
Como a intenção aqui é apresentar seu uso litúrgico dentro
da religiosidade afrobrasileira nada melhor que começarmos por ela que embrulha
de forma generosa um dos elementos mais sagrados da religião o Akassa/Acaçá,
Ekuru/ Ékọ e também outras
comidas como as oferendas do Olubajé.
Sua folha é usada exatamente para essa finalidade e é algo
percebido pela cultura Banta que dá muito valor ao MUXIMA (coração). A
Bananeira ao pender seu fruto o faz através de um pendúculo frutífero que em
sua ponta carrega um coração.

Em verdade tudo na bananeira é aproveitável seja como alimento,
seja como remédio, seja como utensílios.
De seu caule fazia-se e ainda fazem cordas para amarrar
diversas coisas uma delas era as próprias verduras dos feirantes que foram
substituídas pelo plástico dos anos modernos.
No blog (http://arteemterblog.blogspot.com/2011/03/fibras.html
) podemos ver a diversidade que a artesã demonstra sobre a utilização dessa
fibra.
Na cosmética usa-se o óleo de banana para remover os
esmaltes dentre outras coisas.
Seu coração ou umbigo é um excelente alimento semelhante ao
palmito.
Sua seiva ou sangue é um coagulante eficaz para cortes além
de um remédio popular usado para tuberculose e bronquites assim como a casca do
fruto é usada para feridas , nevralgia e esfolamento.
Estudos ainda apontam que uma das primeiras bebidas
desenvolvidas pelo homem foi através da fermentação da banana que deu origem ao
primeiro vinho, a primeira cachaça e a primeira cerveja.


Na República do Congo e diversos outros Países africanos
usa-se como fonte de renda a fabricação artesanal dessa bebida.
Na nossa liturgia religiosa a banana é oferenda de diversos
Orixás dentre eles, Ògún, Osumarè, Oya, Sango, Osun, Obá, Yewá, Osossi, Nana,
Obaluaye, Ibeji, dentre outros.
Na verdade quase que poderíamos afirmar que todos a aceitam
assim como o famoso Acarajé (bolinhos de feijão) mudando apenas o preparo e a
forma de ofertar afinal se Ori permite seu alimento ser embrulhado pela folha
da bananeira qual Orixá irá recusar a oferta da mesma?
A folha ainda participa de alguns rituais e alguns preparos
de banhos e confecção espaços de resguardo iniciático de Orixás e folha de
entrega como a Mamona (Ewe Lara).
Por Cláudio Kambami
*Direitos reservados-Favor citar a fonte em caso de cópia.
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