Como diz o ditado, "há
muito mais coisas entre o céu e a terra do que imaginemos".
Eu diria que seja "há
muito mais coisas no Orun do que sabemos e quem vem a terra..."
Exu mirim sempre foi uma
incógnita na Umbanda, com "n" explicações, entre elas posso citar
algumas que eu cresci dentro da religião escutando:
"Exu mirim é o serviçal de exu
adulto que entra nos buracos dos cemitérios".
"Exu mirim é um espírito de
criança que em vida tinha sido bandido e agora volta para se redimir dos
pecados".
"É um exu adulto que
ainda não cresceu".
"É o filho de pomba gira com
exu (??!!!!)
De certo, a manifestação
destas formas "infantilizadas" na Umbanda ocorrem, mas tirando o
"Erê" ( pós e pré fase da manifestação do Orixá) , que acabou sendo relacionado
com "crianças" , o Exu mirim é
tratado com cautela e até medo.
Olhando as manifestações
neste parco tempo de umbanda, sempre notei que apesar de virem na forma de
crianças, havia o uso de bebidas e cigarros, fumos e até um exagero nos palavrões.
Porém, apesar deste caráter, a entidade conserva em alguns momentos o jeito
"criança", e até usando comer doces e outras guloseimas.
A tempos atrás comecei a
ver material afro e indígena com mais afinco, na questão das divindades
"infantis".e eis que, se olharmos o panteão brasileiro, veremos que
há muitas e nem todas muito "santas", mas "demoníacas"..cito
o saci, o caipora, e do panteão afro o que eu mais conhecia eram as
referências aos espíritos de crianças das florestas chamadas de
"vyambela", do livro da Alice Werner.
Obviamente, como a formação
da Umbanda tem a maior parte de seu contexto advindo das raízes afros, vendo as
característica de Elégua, as semelhanças
são muito grandes e talvez, talvez, nesta sopa de conceitos e modelagens de
ritos e formas que há pouca coisa registrada, onde a oralidade e
paradigmas foram criando mecanizações para as entidades, o "exu
mirim" em sua forma "arteira" tenha justamente advindo de uma
raiz certamente africana, talvez do “èlégua”, talvez das divindades Bantu,
talvez mais alguma montagem do inconsciente de alguém que viu uma roda de Erê
em Ylê .
Meu amigo Kambami lembra
que:
O que sabemos ou o que aprendemos
ou ainda o que nos contam sobre o tal Exú mirim é bem pelo descrito acima, mas
há algumas escritas que remontam talvez e olha gente eu disse talvez tenha uma
relação bem Árabe em relação ao que chamam de Djinn, ou Gênio.
Na própria cultura Bantu há relatos sobre "encantos" de Kitembu que se formos perceber são descritos como crianças exús ou exús mirins.
Na cultura Fon podemos ver algo quando falamos sobre as crianças gemêas Da Zodji e sua irmã Nyohwe Ananu que lembram tão bem os Exús que conhecemos.
Outra lenda Fon da criação nos diz que Mawu nos dá 7 crianças e a mais novinha fica quem? Legba que por ser como um temporãozinho não é deixado como os outros na terra sozinho e fica sempre ao lado de Mawu, porém a lenda também diz que por esse motivo, todos perdem a capacidade de se comunicar com Mawu e somente Legba é capaz de se comunicar com seus irmãos Voduns e com Mawu pois é poliglota e domina todos os idiomas.
Na própria cultura Bantu há relatos sobre "encantos" de Kitembu que se formos perceber são descritos como crianças exús ou exús mirins.
Na cultura Fon podemos ver algo quando falamos sobre as crianças gemêas Da Zodji e sua irmã Nyohwe Ananu que lembram tão bem os Exús que conhecemos.
Outra lenda Fon da criação nos diz que Mawu nos dá 7 crianças e a mais novinha fica quem? Legba que por ser como um temporãozinho não é deixado como os outros na terra sozinho e fica sempre ao lado de Mawu, porém a lenda também diz que por esse motivo, todos perdem a capacidade de se comunicar com Mawu e somente Legba é capaz de se comunicar com seus irmãos Voduns e com Mawu pois é poliglota e domina todos os idiomas.
Em várias religiões, em
religiões japonesas antigas, na china, na Europa, na mitologia grega e
romana,na africana, na indígena brasileira, e certamente em algumas que eu nem
conheça, divindades humanizadas aparecem de forma "infantil", e
a despeito de nossas preferências, este tipo de força "aparece" em
locais os quais de acordo com o meio, se manifestam.
Seriam todas a mesma?
não sei........
mas sei daquilo que o
caminho humano , talvez conduzido ou compartilhado com os espíritos, criaram
mecanismos de cultos e agrados a estes espíritos..e como a raiz aqui é mais
afro, acredito que o rótulo "exu mirim" é bem dado, até levando em
conta a contextualização Brasileira.
Um “trisckter criança" Afro
Brasileiro!
Laroye
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